A paixão não é tudo

As coisas estão no seu curso normal. Mas o normal nem sempre agrada a todos.

A mim, não só agrada como conforta. A rotina para mim é um acalento, até mesmo no amor.

Saber que tenho aquela cumplicidade, a dedicação recíproca entre mim e o meu amor dia após dia me deixa tão segura...
É claro que brigar e fazer as pazes, despejar elogios apaixonados, morrer de ciúme, surpreender, é sem dúvida saboroso, mas a profundidade de planejar o futuro juntos, construir a vida tendo o apoio do outro é a melhor parte do amor.

Só que existem pessoas que se contentam com bem menos. Pessoas rasas que vivem a paixão e acham que é plenitude. Ora, viver apaixonadamente sem a convivência constante, priva o amor da prova de fogo que se chama mesmice. Louvável não são os amantes que fogem para se amar, a cada dia uma aventura, contra tudo e contra todos. Louvável é um casamento de vários anos, onde se vê nos olhos do casal respeito e cumplicidade, conhecer até mesmo os pensamentos do outro, boa noites carinhosos trocados antes de dormir...

Esses que escolhem estacionar na mera paixão achando que isso é aproveitar a vida ao máximo,“viver intensamente”, ou são ingênuos ou fúteis. Outro absurdo é dizer o mais clichê possível “eu não escolhi essa paixão avassaladora que me consome!”. A vida é escolha! Seria muito fácil justificar todas as falhas de caráter com sentimentos explosivos. “Não, a raiva desenfreada me fez cometer aquele assassinato! Eu não escolhi isso!”

Nossa! O tempo livre está me deixando pensativa demais. Nem sei mais por onde anda a narradora que outrora gritava dentro de mim. Deve ser a falta de acontecimentos pra narrar...

Vou parar por aqui. E pra vocês desejo que vivam, assim como eu, intensamente sim! Mas não a fragilidade da paixão, e sim a complexidade tão doce do amor! *.*